Omar Rincón
FICHAMENTO DO CAPITULO 4 DO LIVRO NARRATIVAS MIDIÁTICAS DE OMAR RINCON
Um jornalista sabe como narrar a
vida, e se investiga é muito melhor, e se se posiciona na perspectiva dos
sujeitos que o vão ler, melhor.
O jornalista narra a realidade no
horizonte da atualidade.
O comentário jornalístico aponta à
verossimilhança mais do que à veracidade. Informar significa dar forma.
A notícia, igual acontecia com o
mito, é o discurso que dá forma ao caos em que se desenvolvem os
acontecimentos. (Martín-Barbero e Rey, 1997:24)
Velhas práticas de contar histórias:
sensacionalismo, voyeurismo, imersão, simulação, suplantação
A novidade presente no jornalismo
está em tornar a informação em experiência e estabelecer estilos reconhecíveis
do uso da língua.
Kapuscinski: é necessário romper as
fronteiras tradicionais e procurar novos métodos para descrever o mundo (2000)
O novo-novo jornalismo procura
resgatar o sujeito, encontrar imagens poéticas e lograr efeitos narrativos. “Quanto
mais inovadora seja a forma jornalística, melhor se contará a realidade”
Narrar para gerar relações, imaginar
coletivamente e vigiar o poder, por isso é um ato político e ético pois dele
parte a construção da esfera pública, o princípio de independência e autonomia.
Pra quem é a liberdade? Para as elites, não para as mulheres nem para os
imigrantes. Van Dijik (2000)
O jornalismo tornou a notícia no
mono-género que informa à mono-classe. O jornalismo virou o escrivão do poder,
produzindo informação light e transformando o significativo em supérfluo.
Forma: Crónica, reporte, entrevista,
resenha crítica, Testemunho, artigo, infográfico Função: informativo, Opinativo, Utilitário, ilustrativo,
propaganda, entretenimento.
Se um palhaço é agora quem fornece as
notícias, em que nos tornamos os espectadores? Irrealidade, banalidade,
leviandade, insatisfação.
La televisão, lugar da exibição
narcisista, produtora do fast thinker ,pensadora
de ideias preconcebidas (Bordieu,
1996:9, 17, 40) transforma a opinião pública em estadista de sentires e não de
pensares.
A servidão da televisão está em
produzir frases de efeito. O contrário é uma atitude de respeito do jornalista
com o entrevistado: paciência e escuta.
Síndrome do “Eu o disse primeiro”.
Para cumprir com o imperativo jornalístico da velocidade, a primícias e o
esquematismo se cria a notícia do espetáculo e a contextualização se faz impossível.
A tragédia cultural moderna tem seu
núcleo na tragédia da reflexão (Morin, 1995: 141). Se faz jornalismo para
esquecer, não pra pensar.
Estar informados nos dá nossa dosagem
diária de indignação. La indignação, essa cómoda sensação que nos liberta de
toda responsabilidade de pensar e entender (Valenzuela, 2001)
É muito difícil encontrar valor
social e utilidade à informação. Se percebe que por cima dos fatos e a
informação está o afã de protagonismo das mídias.
“O jornalista tem três lealdades: o
leitor, a quem deve conhecer porque é seu objetivo; os fatos da vida, porque
exigem uma busca feita de boa-fé; e a sua própria consciência, que lhe impõe a
nobreza do seu papel de testemunha” Tomás Eloy Martínez (2002. 2 – 11)
O jornalismo conta e compreende o
presente a partir de uma narração composta por diálogos, doenças, amores, além
de estatísticas e discursos. (Martínez, 2001: 42) O jornalismo procura causar
impacto afetivo jogando com as variações de estilo, tratamento e ponto de
vista.
Propostas: 1. Abandonar as 5
perguntas W. 2. Sair à realidade. 3. Duvidas das certezas. 4. Hibridação de
gêneros. 5. Procurar um personagem paradigmático. 6. Não tudo pode ser narrado
literariamente. 7. Paixão. 8. Proteção da língua. 9. Imaginar o leitor modelo.
10. Agitador expressivo reflexivo. (“No fugaz há algo transcendente”
(Bastenier, 2002), busca da polissemia da realidade.
Narrar a informação é muito difícil,
e fazê-lo por fora dos cânones da máquina é mais difícil ainda.
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